Esse trecho era pequeno, então podiamos nos dar ao luxo de curtir Picinguaba e sair um pouco mais tarde. Logo depois o João Gabriel entrou no ar com a Maria Helena Amorim, no programa Cruzeiro em revista da Rádio Cruzeiro FM dando no nosso Diário de Bordo. Coloquei o programa no ar via internet e fiquei ali escutando o programa. Fiquei orgulho de ver a naturalidade que o meu filho falava ao vivo no programa. Assim que terminou a entrevista, uma hospedes elogiou a desenvoltura e clareza com que o João Gabriel falou com a entrevistadora .Isso para mim foi o máximo, pois essa senhora é professora de história aposentada, e possuidora de uma enorme cultura. Então. a opinião dela, foi uma grande referência para mim.
Despedimos-nos de todos e, com dor no coração ao deixarmos para trás aquele lugar maravilhoso, pegamos o caminho até Parati. Entrávamos na reta final da nossa ciclo aventura!
Já de início, encaramos uma serra de 7 km, que é exatamente a serra que divide o estado de São Paulo e Rio de Janeiro. Saímos de Picinguaba com um calor de 28 graus e chegamos no alto da serra com 15 graus. Fizemos uma parada na cachoeira de Escada. Nesse local temuma choupana na beira da pista que foi transformada em uma pequena lanchonete. Lá conhecemos outro “Zé”, um senhor de poucas palavras que nos atendeu de forma educada.
Era uma lanchonete bem simples e a chapa de lanches era em um fogão de lenha, imaginem o sabor desses sanduiches! Pedimos um de calabresa e enquanto ele fazia o lanche na chapa do fogão de lenha, ficamos conversando e observando a imponente cachoeira, com mais de trinta metros de queda d’agua, e também pequenos pássaros que rodeavam o local.
O homem simples simpatizou-se conosco e nos contou um pouco da sua vida.
Voltando a pedalar, cruzamos a divisa dos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro. Festejamos muito, pois logo estaríamos em Parati e dali para frente erá só alegria. O sol já brilhava e o caminho, praticamente, era só descida e reta. O joâo Gabriel fez uma parada brusca no acostamento e quase que dou uma trombada com ele. Que susto! Mas valeu a pena, porque ele parou para observar um TATU que ali estava. Tentei fotografar o momento, mas o TATU, rapidamente, se embrenhou na mata e ficamos apenas com a lembrança daquela cena.
No caminho até Parati encontramos comunidades quilombolas, casa da farinha, artesãos vendendo seus artesanatos. Mas, o que mais me impressionou, foi ver uma montanha de lixo na beira da rodovia infestada de urubus. Infelizmente era uma imagem horrível, pois ao fundo daquela montanha de lixo, está a indefesa Mata Atlântica! Que tristeza! Durante a nossa viajem contemplamos tantas paisagens belíssimas e, aquela não tinha nada de bela.
As 16hs avistamos a baia de Parati e a felicidade explodia em nossos corações. Estávamos a alguns minutos de completar a nossa cicloaventura que, inicialmente seria 345 km e no final contabilizamos 427 km. Cruzamos o portal da cidade e fomos direto para a igreja Nossa Senhora do Rosário no centro histórico de Parati, pois seria lá o nosso ponto de chegada. Quando entramos no centro histórico tivemos que descer das bicicletas porque o calçamento não nos permitia pedalar. Fomos abordados por várias pessoas que nos viram na estrada durane o nosso percurso e nos parabenizavam pelo feito e quando percebiam que eram pai e filho em uma aventura, teciam elogios pela nossa atitude e coragem. Quando chegamos na frente da Igreja do Rosário fomos abordados por uma Sorocabana que nos reconheceu de imediato, pois ela estava no parque das águas em Sorocaba, no dia 03/07 quando largamos junto com os corredores da Corrida Solidária do Jornal Cruzeiro do Sul. Ela também tinha nos visto na estrada, pois estava com a familia e tinha vindo a Parati para visitar a FLIP (Feira Literária Internacional de Parati) evento de grande representatividade no calendário internacional de eventos literários.
Em seguida fomos para o camping e aguardamos a chegada da minha família. Enquanto isso, vários campistas que ali estavam, vieram ao nosso encontro, e logo ficamos populares e pudemos contar sobre a nossa aventura., De repente o Devanir, um campista de Campinas falou, lá vem um carro com um enorme barco amarrado no teto. Olhamos para a direção apontada pelo Devanir e logo que o carro parou, abracei a minha esposa, minha filha e o meu pai com toda a alegria. O choro foi inevitável! O João também abraçou a sua mãe, irmã e avô. Passamos três dias em família, dias esses que, jamais sairão das nossas memórias.
Por fim, no domingo 17/07 arrumamos todo o equipamento no carro e retornamos para Sorocaba fazendo, exatamente, o mesmo caminho, só que, desta vez, de carro!
Podemos dizer que já estamos com saudades de todos os momentos e situações que passamos juntos.
Está aventura acabou mas ........... vem mais por ai .......
Obrigado a todos que nos acompanharam por todos esses dias ......
Valeu pessoal e confiram as novas aventuras pelo site www.sandroribas.com